sexta-feira, 4 de novembro de 2011

SECAD


Por Elaine Aparecida Caçador   

Foi criada em 2004 a SECAD, Secretaria de Educação Continuada, alfabetização e Diversidade tendo como objetivos a garantia de políticas públicas visando a redução das desigualdades, bem como a valorização da diversidade da população.
Segundo a SECAD é de suma importância que os docentes das escolas públicas saibam conduzir o trabalho realizado com os alunos da EJA (Educação de Jovens e adultos), uma vez que se faz necessário o uso de metodologias e práticas pedagógicas capazes de respeitar e valorizar as especificidades dos alunos em questão. Ao considerar os conhecimentos e experiências dos jovens e adultos, o professor contribui para a permanência dos mesmos na escola, além de garantir uma aprendizagem significativa e eficaz.
Sendo assim, no desejo de colaborar com os educadores da EJA, a SECAD lançou a coleção Trabalhando com a educação de jovens e adultos, composta por cinco cadernos temáticos, abordando situações concretas dessa forma contribuindo com a prática docente.
No caderno AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO encontram-se excelentes informações, ajudando o professor a compreender a função e importância destes instrumentos, e de que maneira contribuem para aprendizagem dos alunos.

Como consta no caderno;

A AVALIAÇÃO, COMO INSTRUMENTO
DO (A) PROFESSOR (A)

A avaliação tem como função primeira orientar o trabalho do (a) professor (a) e o estudo dos alunos. Assim compreendida, ela se faz presente, desde o início da prática educativa, quando oferece elementos para que o (a) professor (a) possa fazer o seu planejamento. Além disso, a avaliação acompanha todo o processo educativo, orientando o (a) professor (a) e os alunos na busca dos objetivos planejados. Vamos ver como isso acontece, seguindo um relato feito por Sandra, uma professora da EJA, em São Bernardo do Campo:

Esta semana choveu sem parar e vários alunos perguntavam por que a rua onde moravam estava alagando se antes isso nunca havia acontecido. Com jornais e revistas, previamente escolhidos, buscamos respostas para as nossas perguntas. Encontramos muitas explicações para as enchentes que atrapalhavam a vida dos moradores em muitos pontos da cidade. Foi, também, uma boa oportunidade para analisar o texto informativo de um jornal ou revista.
No final, pedi aos alunos que em grupos apresentassem o que mais havia chamado a atenção deles e o que haviam aprendido com o trabalho. Minha surpresa foi muito grande quando, indo de grupo em grupo, fui descobrindo que as dificuldades eram grandes e os enganos numerosos. As interpretações dadas ao material lido eram muito distantes das reais intenções dos autores. Por se tratar de textos informativos esta situação gerou grandes distorções. Na apresentação dos grupos, avaliei melhor o quanto me enganei com a forma escolhida para o trabalho. Tive que reorganizar o meu planejamento agora com outros materiais e partindo de noções que tinha considerado desnecessárias. Se a própria origem da chuva era desconhecida, como poderiam ser compreendidas todas as questões que, no primeiro momento planejei estudar?”
Sandra Oliveira

Sandra se valeu da avaliação em dois momentos: no primeiro, para escolher o que ia trabalhar na sala de aula e, no segundo, para descobrir o quanto os alunos atingiram dos objetivos esperados. No primeiro momento, a avaliação orientou o trabalho da professora: ela avaliou que as perguntas dos alunos, vindas da situação que vivia, apontavam as chuvas e suas conseqüências como um tema significativo. Percebeu também que esse conteúdo, mais próximo da geografia, proporcionaria conhecimentos da linguagem informativa (dos jornais, revistas, livros didáticos), da matemática (cálculos dos prejuízos causados pelas cheias, comparação de volumes de água e outros mais). Com esses dados, mais os conhecimentos que tinha dos alunos, ela planejou o seu trabalho. Em seguida, partiu para a realização dele. Sandra valeu-se novamente da avaliação para observar o trabalho dos alunos e descobriu que havia sérios enganos na forma como entenderam o conteúdo apresentado. Para chegar a essa constatação, ela não precisou fazer nenhuma prova escrita, com perguntas e respostas. A simples 'leitura' das produções dos alunos indicou que os objetivos esperados não tinham sido atingidos. Sandra se valeu dessa avaliação para ajustar o seu planejamento às reais necessidades dos alunos. Procurou textos mais simples, começando o desenvolvimento do tema pela questão da origem da chuva (ciclo da água).

A avaliação permite aos alunos e ao professor rever até onde conseguiram atingir seus objetivos. Mostra também, onde eles precisam agir para alcançar os objetivos esperados.


Um comentário:

  1. parabéns pela divulgação do material neste blog.
    Creio que os interessados em educação de jovens e adultos, naõ ficam sem conhecê-lo.

    Professora clemilda

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